Hoje encontramos uma grande figura: São Cirilo de Alexandria. No Oriente grego Cirilo foi mais tarde definido "guardião da exactidão" —que se deve entender como guardião da verdadeira fé— e mesmo "selo dos Padres" (pela sua constante referência aos autores eclesiásticos precedentes —entre eles, sobretudo Atanálio—, com a finalidade de mostrar a continuidade da própria teologia com a Tradição, em que reconhece a garantia da continuidade com os Apóstolos e com o próprio Cristo).

Cirilo foi depressa iniciado na vida eclesiástica e recebeu uma boa educação, tanto cultural como teológica. Quando o tio Teófilo (Bispo de Alexandria) faleceu, em 412 o jovem Cirilo foi eleito Bispo da influente Igreja de Alexandria, que governou com grande energia durante trinta e dois anos.

Quando em 428 foi eleito Nestório, o novo Bispo de Constantinopla depressa suscitou oposições porque na sua pregação preferia para Maria o título de "Mãe de Cristo", no lugar daquele já muito querido à devoção popular de "Mãe de Deus". Motivo desta escolha do Bispo Nestório era a sua adesão à cristologia de tipo antioqueno que, para salvaguardar a importância da humanidade de Cristo, terminava por afirmar a sua divisão da divindade. A reacção de Cirilo foi quase imediata (cf. Concílio de Éfeso em 431).

—De Jesus Cristo, Verbo de Deus encarnado, São Cirilo de Alexandria foi uma testemunha incansável e determinada, sublinhando acima de tudo a sua unidade: «Um só é o Filho, um só é o Senhor Jesus Cristo, tanto antes como depois da encarnação».