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Meditando o Evangelho de hoje

Evangelho de hoje + homilía (de 300 palavras)

Sábado da 4ª semana do Tempo Comum
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1ª Leitura (Heb 13,15-17.20-21): Irmãos: Ofereçamos a Deus continuamente, por Jesus Cristo, um sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que aclamam o seu nome. Não esqueçais a beneficência e a solidariedade, porque são estes sacrifícios que agradam a Deus. Obedecei aos vossos chefes e sede-lhes submissos, porque eles velam pelas vossas almas, como quem tem de responder por elas. Assim poderão fazê-lo com alegria, e sem queixumes, o que vos seria prejudicial. O Deus da paz, que ressuscitou dos mortos Aquele que, pelo sangue de uma aliança eterna, Se tornou o supremo pastor das ovelhas, nosso Senhor Jesus, vos torne aptos para cumprir a sua vontade em toda a espécie de boas obras e realize em nós o que Lhe é agradável, por Jesus Cristo, a quem seja dada glória pelos séculos dos séculos. Amen.
Salmo Responsorial: 22
R/. O Senhor é meu pastor: nada me faltará.
O Senhor é meu pastor: nada me falta. Leva-me a descansar em verdes prados, conduz-me às águas refrescantes e reconforta a minha alma.

Ele me guia por sendas direitas por amor do seu nome. Ainda que tenha de andar por vales tenebrosos, não temerei nenhum mal, porque Vós estais comigo: o vosso cajado e o vosso báculo me enchem de confiança.

Para mim preparais a mesa à vista dos meus adversários; com óleo me perfumais a cabeça e meu cálice transborda.

A bondade e a graça hão-de acompanhar-me todos os dias da minha vida, e habitarei na casa do Senhor para todo o sempre.
Versículo antes do Evangelho (Jo 10,27): Aleluia. As minhas ovelhas escutam a minha voz, diz o Senhor; Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me. Aleluia.
Evangelho (Mc 6,30-34): Os apóstolos se reuniram junto de Jesus e lhe contaram tudo o que tinham feito e ensinado. Ele disse-lhes: «Vinde, a sós, para um lugar deserto, e descansai um pouco!». Havia, de fato, tanta gente chegando e saindo, que não tinham nem tempo para comer. Foram, então, de barco, para um lugar deserto, a sós. Muitos os viram partir e perceberam a intenção; saíram então de todas as cidades e, a pé, correram à frente e chegaram lá antes deles. Ao sair do barco, Jesus viu uma grande multidão e encheu-se de compaixão por eles, porque eram como ovelhas que não têm pastor. E começou, então, a ensinar-lhes muitas coisas.

«Vinde, a sós, para um lugar deserto, e descansai um pouco! Havia, de fato, tanta gente chegando e saindo, que não tinham nem tempo para comer»

Rev. D. David COMPTE i Verdaguer (Manlleu, Barcelona, Espanha)

Hoje, o Evangelho nos sugere uma situação, uma necessidade e um paradoxo que são muito atuais.

Uma situação. Os Apóstolos estão “estressados”: «Ele disse-lhes: Vinde à parte, para algum lugar deserto, e descansai um pouco. Porque eram muitos os que iam e vinham e nem tinham tempo para comer» (Mc 6,31). Frequentemente nós nos vemos achegados à mesma mudança. O trabalho exige boa parte de nossas energias; a família, onde cada membro quer palpar nosso amor; as outras atividades nas que nos comprometemos, que nos fazem bem e, ao mesmo tempo, beneficiam a terceiros... Querer é poder? Talvez seja mais razoável reconhecer que não podemos tudo aquilo que gostaríamos.

Uma necessidade. O corpo, a cabeça e o coração reclamam um direito: descanso. Nestes versículos temos um manual, frequentemente ignorado, sobre o descanso. Aí destaca a comunicação. Os Apóstolos «Os apóstolos voltaram para junto de Jesus e contaram-lhe tudo o que haviam feito e ensinado» (Mc 6,30). Comunicação com Deus, seguindo o fio do mais profundo de nosso coração. E — que surpresa!— encontramos a Deus que nos espera. E espera encontrar-nos com nossos cansaços.

Jesus lhes diz: «Vinde à parte, para algum lugar deserto, e descansai um pouco. Porque eram muitos os que iam e vinham e nem tinham tempo para comer» (Mc 6,31). No plano de Deus há um lugar para o descanso! É mais, nossa existência, com todo seu peso, deve descansar em Deus. O descobriu o inquieto Agostinho: «Nos criastes para ti e nosso coração está inquieto até que não descanse em ti». O repouso de Deus é criativo; não “anestésico”: encontrar-se com seu amor centra nosso coração e nossos pensamentos.

Um paradoxo. A cena do Evangelho acaba “mal”: os discípulos não podem repousar. O plano de Jesus fracassa: são abordados pelas pessoas. Não puderam “desconectar”. Nós, com frequência, não podemos liberar-nos de nossas obrigações (filhos, conjugue, trabalho...): seria como trair-nos! Impõe-se encontrar a Deus nestas realidades. Se existe comunicação com Deus, se nosso coração descansa Nele, relativizaremos tensões inúteis... E a realidade —desnuda de quimeras— mostrará melhor o sinal de Deus. Nele, ali, repousaremos.

Pensamentos para o Evangelho de hoje

  • «Se não é com Deus ou por Deus, não há descanso que não canse» (Santa Teresa de Ávila)

  • «O descanso divino do sétimo dia não se refere a um Deus inativo, se não que sublinha a plenitude da realização levada à término, dirigindo ao mesmo uma mirada “contemplativa”, que já não aspira a novas obras, se não melhor a gozar da beleza do realizado» (São João Paulo II)

  • «O agir de Deus é o modelo do agir humano. Se Deus, no sétimo dia, “parou para respirar” (Ex 23,12), também o homem deve “descansar” e deixar que os outros, sobretudo, os pobres, “retomem fôlego” O sábado faz cessar os trabalhos cotidianos e concede uma pausa. É um dia de pretexto contra as escravidões do trabalho e o culto do dinheiro.» (Catecismo da Igreja Católica, n°2172)