Uma equipe de 200 sacerdotes te comentam o Evangelho do dia
200 sacerdotes te comentam o Evangelho do dia
Meditando o Evangelho de hoje
Evangelho de hoje + homilía (de 300 palavras)
Naquele ano tinham designado como juízes dois anciãos do povo, daqueles que o Senhor denunciara, dizendo: «De Babilónia veio a iniquidade de velhos que passavam por dirigentes do povo». Estes dois frequentavam a casa de Joaquim e a eles recorriam todos os que tinham alguma questão de justiça. Quando, ao meio do dia, o povo se retirava, Susana vinha passear para o jardim do seu marido. Os dois velhos observavam-na todos os dias, quando entrava no jardim para passear, e apaixonaram-se por ela. Perverteram a sua mente e desviaram os seus olhos de modo a não olharem para o Céu e não se lembrarem dos seus justos juízos.
Estando eles à espera de ocasião favorável, um dia Susana veio, como de costume, acompanhada somente de duas meninas; e, como estava calor, quis tomar banho no jardim. Não se encontrava ali ninguém, senão os dois velhos escondidos a espreitá-la. Susana disse às meninas: «Trazei-me óleo e unguentos e fechai as portas do jardim, para eu tomar banho». Logo que elas saíram, os dois velhos levantaram-se, correram para junto de Susana e disseram-lhe: «As portas do jardim estão fechadas, ninguém nos vê e nós estamos apaixonados por ti. Dá-nos o teu consentimento e entrega-te a nós. Senão, acusar-te-emos dizendo que estava contigo um jovem e por isso mandaste embora as meninas». Então Susana gemeu e exclamou: «Estou cercada por todos os lados: se praticar semelhante coisa, espera-me a morte; se não a praticar, não poderei fugir às vossas mãos. Mas prefiro cair nas vossas mãos sem ter feito nada a pecar na presença do Senhor».
Então Susana gritou com voz forte, mas os dois velhos gritaram também contra ela e um deles correu a abrir as portas do jardim. Logo que as pessoas da casa ouviram estes gritos no jardim, precipitaram-se pela porta do lado, para verem o que tinha acontecido. Quando os velhos contaram a sua versão, os servos coraram de vergonha, pois nunca se tinha dito de Susana semelhante coisa.
No dia seguinte, quando o povo se reuniu em casa de Joaquim, marido de Susana, vieram os dois velhos cheios de rancor contra ela, pretendendo condená-la à morte. E disseram diante do povo: «Mandai chamar Susana, filha de Helcias, mulher de Joaquim». Foram buscá-la e ela veio com os pais, os filhos e todos os parentes. Os seus familiares choravam, assim como todos os que a viam. Os dois velhos levantaram-se no meio do povo e puseram as mãos sobre a cabeça de Susana. Ela, a soluçar, ergueu os olhos ao Céu, porque o seu coração confiava no Senhor. Os velhos disseram: «Enquanto passeávamos sós pelo jardim, entrou ela com duas servas; fechou as portas do jardim e mandou embora as servas. Veio então ter com ela um jovem, que estava escondido, e deitou-se com ela. Nós, que estávamos a um canto do jardim, ao ver aquela maldade, corremos sobre eles. Embora os tivéssemos visto juntos, não pudemos agarrar o jovem, porque era mais forte do que nós, e, abrindo a porta, pôs- se em fuga. A ela, porém, apanhámo-la e perguntámos-lhe quem era o jovem, mas ela não quis dizer-nos Somos testemunhas do facto».
A assembleia deu-lhes crédito, por serem anciãos do povo e juízes, e condenou Susana à morte. Então Susana disse em altos brados: «Deus eterno, que sabeis o que é secreto e conheceis todas as coisas antes que aconteçam, Vós sabeis que eles proferiram contra mim um falso testemunho. E eu vou morrer, sem ter feito nada do que eles maliciosamente disseram contra mim».
O Senhor ouviu a oração de Susana. Quando a levavam para ser executada, Deus despertou o espírito santo dum rapazinho chamado Daniel, que gritou com voz forte: «Eu sou inocente da morte desta mulher». Todo o povo se voltou para ele e perguntou: «Que palavras são essas que acabas de dizer?» Daniel, de pé no meio deles, respondeu: «Sois tão insensatos, ó filhos de Israel, que, sem julgamento nem conhecimento claro dos factos, condenais uma filha de Israel? Voltai ao tribunal, porque estes dois homens levantaram contra ela um falso testemunho». O povo regressou a toda a pressa e os anciãos disseram a Daniel: «Vem sentar-te no meio de nós e expõe-nos o teu pensamento, pois Deus concedeu-te a dignidade dos anciãos». Daniel disse-lhes: «Separai-os um do outro e eu os julgarei».
Quando os separaram, Daniel chamou o primeiro e disse-lhe: «Envelheceste na prática do mal, mas agora aparecem os pecados que outrora cometeste, quando lavravas sentenças injustas, condenando os inocentes e absolvendo os culpados, apesar de o Senhor dizer: ‘Não dareis a morte ao inocente e ao justo’. Pois bem. Se viste esta mulher, debaixo de que árvore descobriste os dois juntos?». Ele respondeu: «Debaixo de um lentisco». Replicou Daniel: «A tua mentira cairá sobre a tua cabeça, pois o Anjo de Deus já recebeu a sentença, para te rachar ao meio».
Depois de o terem afastado, Daniel ordenou que trouxessem o outro e disse-lhe: «Raça de Canaã e não de Judá, a beleza seduziu-te e o desejo perverteu-te o coração. Era assim que procedíeis com as filhas de Israel e elas por medo entregavam-se a vós. Pois bem, diz-me então: Debaixo de que árvore os surpreendeste juntos?» Ele respondeu: «Debaixo de um carvalho». Replicou Daniel: «A tua mentira cairá sobre a tua cabeça, pois o Anjo de Deus está à tua espera com a espada na mão para te cortar ao meio. Assim acabará convosco».
Toda a assembleia clamou em alta voz, bendizendo a Deus, que salva aqueles que esperam n’Ele. Levantaram-se então contra os dois velhos, porque Daniel os tinha convencido de falso testemunho, pela sua própria boca. Para cumprirem a Lei de Moisés, aplicaram-lhes a mesma pena que tão impiamente tinham preparado para o seu próximo e executaram-nos; e foi salva naquele dia uma vida inocente.
Ele me guia por sendas direitas, por amor do seu nome. Ainda que tenha de andar por vales tenebrosos não temerei nenhum mal, porque Vós estais comigo.
Para mim preparais a mesa à vista dos meus adversários; com óleo me perfumais a cabeça e o meu cálice transborda.
A bondade e a graça hão-de acompanhar-me todos os dias da minha vida, e habitarei na casa do Senhor para todo o sempre.
Os escribas e os fariseus trouxeram uma mulher apanhada em adultério. Colocando-a no meio, disseram a Jesus: «Mestre, esta mulher foi flagrada cometendo adultério. Moisés, na Lei, nos mandou apedrejar tais mulheres. E tu, que dizes?». Eles perguntavam isso para experimentá-lo e ter motivo para acusá-lo. Mas Jesus, inclinando-se, começou a escrever no chão, com o dedo. Como insistissem em perguntar, Jesus ergueu-se e disse: «Quem dentre vós não tiver pecado, atire a primeira pedra!». Inclinando-se de novo, continuou a escrever no chão.
Ouvindo isso, foram saindo um por um, a começar pelos mais velhos. Jesus ficou sozinho com a mulher que estava no meio, em pé. Ele levantou-se e disse: «Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?». Ela respondeu: «Ninguém, Senhor!». Jesus, então, lhe disse: «Eu também não te condeno. Vai, e de agora em diante não peques mais».
«Vai, e de agora em diante não peques mais»
Rev. D. Jordi PASCUAL i Bancells (Salt, Girona, Espanha)Hoje contemplamos no Evangelho o rosto misericordioso de Jesus. Deus é Amor, e Amor que perdoa, Amor que se compadece de nossas fraquezas, Amor que salva. Os mestres da Lei de Moisés e os fariseus disseram a Jesus: «Mestre, essa mulher foi pega em flagrante cometendo adultério» (Jo 8,4) e pedem ao Senhor: «E tu, o que dizes?» (Jo 8,5). Não lhes interessa tanto seguir um ensinamento de Jesus como poder acusá-lo de que está contra a Lei de Moisés. Mas o Mestre aproveita essa ocasião para manifestar que Ele veio buscar aos pecadores, levantar aos caídos, chamá-los à conversão e à penitência. E esta é a mensagem da Quaresma para nós, uma vez que todos somos pecadores e todos necessitam da graça salvadora de Deus.
Atualmente se diz que estamos perdendo o sentido do pecado. Muitos não sabem o que está bem ou mal, nem por que. É o mesmo que dizer —em forma positiva— que se perdeu o sentido do Amor a Deus: do Amor que Deus nos tem, e —por nossa parte— a correspondência que este Amor pede. Quem ama não ofende. Quem se sabe amado e perdoado, retribui amor por Amor: «Perguntaram ao Amigo qual era a fonte do amor. Ele respondeu que é aquela onde o Amado lavou as nossas culpas» (Ramon Llull).
Por isso, o sentido da conversão e de a penitência próprias da Quaresma é colocar-nos cara a cara ante Deus, olhar aos olhos do Senhor na Cruz, e manifestar pessoalmente nossos pecados no sacramento da Penitência. E como à mulher do Evangelho, Jesus nos dirá: «Ela respondeu: «Ninguém, Senhor» Então Jesus disse: «Eu também não a condeno. Vai, e de agora em diante não peques mais» (Jo 8,11). Deus perdoa e isto nos leva a uma exigência, um compromisso: Não peques mais!
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Convém avisar que nunca de essa forma nos transportemos em mirar a divina misericórdia, que não nos lembremos da justiça; nem de essa forma miremos a justiça, que não nos lembremos da misericórdia; porque nem a esperança lhe falte o temor, nem o temor da esperança» (Fray Luís de Granada)
«Aquele de vocês que esteja sem pecado, que jogue a primeira pedra” Essas palavras estão cheias da forca da verdade, que desarma, que derriba o muro da hipocrisia e abre as consciência a uma justiça maior, a do amor» (Bento XVI)
«Deus manifesta a sua omnipotência convertendo-nos dos nossos pecados e restabelecendo-nos na sua amizade pela graça: “Senhor, que dais a maior prova do vosso poder quando perdoais e Vos compadeceis...” (Missal Romano, Coleta Domingo XXVI)» (Catecismo da Igreja Católica, n° 277)