Uma equipe de 213 sacerdotes te comentam o Evangelho do dia
213 sacerdotes te comentam o Evangelho do dia
Meditando o Evangelho de hoje
Evangelho de hoje + homilía (de 300 palavras)
Abraão era já velho, de idade avançada, e o Senhor tinha-o abençoado em tudo. Disse Abraão ao servo mais antigo da sua casa, que superentendia sobre todos os seus bens: «Põe a tua mão debaixo da minha coxa e jura pelo Senhor, Deus do céu e da terra, que não escolherás para o meu filho uma esposa entre as filhas dos cananeus, no meio dos quais habito. Mas irás à minha terra e à minha família escolher uma esposa para o meu filho Isaac». O servo perguntou-lhe: «Se essa mulher não quiser vir comigo para esta terra, deverei levar o teu filho para a terra donde vieste?». Abraão respondeu-lhe: «De modo nenhum levarás para lá o meu filho. O Senhor, Deus do Céu, que me tirou da casa paterna e da terra onde nasci, falou-me e fez-me o seguinte juramento: ‘Darei esta terra aos teus descendentes’. Ele enviará à tua frente o seu Anjo, para que escolhas na minha terra uma esposa para o meu filho. Se essa mulher não quiser vir contigo, ficarás desligado deste juramento que me fazes. Mas em caso algum levarás para lá o meu filho».
Isaac tinha voltado do poço de Laai-Roí e habitava na região do Negueb. Uma vez em que ele saíra a passear pelo campo à tardinha, ergueu os olhos e viu uns camelos que acabavam de chegar. Rebeca, sua prima, ergueu também os olhos e viu Isaac. Ela desceu do camelo e perguntou ao servo: «Quem é aquele homem que vem a correr pelo campo ao nosso encontro?». O servo respondeu: «É o meu senhor». Rebeca tomou o véu e cobriu-se. O servo contou a Isaac tudo o que tinha feito. Isaac introduziu Rebeca na tenda de Sara, sua mãe. Depois casou com ela e amou-a, consolando-se assim da morte de sua mãe.
Felizes os que observam os seus preceitos e praticam sempre o que é justo. Lembrai-Vos de nós, Senhor, por amor do vosso povo.
Visitai-nos com a vossa salvação, para que vejamos a felicidade dos vossos eleitos, rejubilemos com a alegria do vosso povo e exultemos com a vossa herança.
«Segue-me»
Diácono D. Josep MONTOYA Viñas (Valldoreix, Barcelona, Espanha)Hoje, com esta palavra simples, porém profunda — “Segue-me” — Jesus transforma a vida de Mateus. Um publicano, um homem que é rejeitado pelos seus contemporâneos, é olhado com misericórdia e chamado pelo Mestre.
Este evangelho fala-nos do olhar de Jesus: um olhar que não condena, mas convida. Também nós, nalgum momento da nossa vida, ouvimos esse chamamento. Talvez não com palavras audíveis, mas no fundo do coração: um convite para sair da nossa zona de conforto e segui-Lo num caminho de conversão e serviço. O que me pede Jesus agora? Que resposta quero dar-Lhe?
Jesus não espera que sejamos perfeitos para nos chamar. O Senhor diz aos fariseus, diante do seu desconforto: «Não são os saudáveis que precisam de médico, mas os doentes» (Mt 9,12). É na nossa realidade concreta, com as nossas feridas e limitações, que Ele nos pede “segue-me”.
O Papa Leão XIV, quando recebeu o barrete cardinalício, disse no seu discurso de agradecimento, dirigindo-se a todos os cardeais presentes: «Não tenhais medo de dizer “sim”. Pelo menos, não tenhais medo, de abrir os vossos corações e, se quiserdes, tentai e vede se o Senhor vos chama...».
O chamamento de Cristo, ao Papa Leão, é um convite a abrir-se à vocação de O seguir, com confiança e sem medo. É essa caridade que leva Jesus a sentar-se à mesa com os pecadores. E é a mesma que hoje nos impele a olhar para os outros com misericórdia, não com superioridade, mas a partir do desejo de que todos possamos ouvir e responder ao chamamento, porque «o que eu quero é amor e não sacrifícios» (Os 6,6; cf. Mt 9,13), ouvimos hoje da boca de Jesus.
Que este evangelho renove o nosso coração e nos ajude a reconhecer a voz de Cristo na nossa vida quotidiana.
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Meu doce Senhor, voltai generosamente os vossos olhos misericordiosos para este vosso povo; pois será muito a Vossa gloria se tiverdes piedade da imensa multidão das vossas criaturas«» (Santa Catarina de Siena)
«Jesus Cristo é a face visível da misericórdia do Pai. Misericórdia: é a palavra que revela o mistério da Santíssima Trindade. Misericórdia: é o último e supremo acto pelo qual Deus vem ao nosso encontro» (Francisco)
«Jesus praticou actos, como o perdão dos pecados, que O manifestaram como sendo o próprio Deus salvador. Alguns judeus, que, não reconhecendo o Deus feito homem viam n'Ele `um homem que se faz Deus´ (Jo 10,33), julgaram-n'O como blasfemo» (Catecismo da Igreja Católica, nº 594)
Outros comentários
«Segue-me»
Rev. D. Pere CAMPANYÀ i Ribó (Barcelona, Espanha)Hoje, o Evangelho nos fala da vocação do publicano Mateus. Jesus está preparando o pequeno grupo de discípulos que continuarão sua obra de salvação. Ele escolhe a quem quer: serão pescadores, ou de uma humilde profissão. Inclusive, chama a que lhe siga um cobrador de impostos, profissão desprezada pelos judeus —que se consideravam perfeitos observantes da lei—, porque a viam como muito próxima a ter uma vida pecadora, já que cobravam impostos em nome do governador romano, a quem não queriam submeter-se.
É suficiente com o convite de Jesus: «Segue-me!» (Mt 9,9). Com uma palavra do Mestre, Mateus deixa sua profissão e muito contente o convida a sua casa para celebrar ali um banquete de agradecimento. Era natural que Mateus tivesse um grupo de bons amigos, do mesmo “ramo profissional”, para que o acompanharam a participar de aquele convite. Segundo os fariseus, todas aquelas pessoas eram pecadores reconhecidos publicamente como tais.
Os fariseus não podem calar e comentam com alguns discípulos de Jesus: «Depois, enquanto estava à mesa na casa de Mateus, vieram muitos publicanos e pecadores e sentaram-se à mesa, junto com Jesus e seus discípulos» (Mt 9,10). A resposta de Jesus é imediata: «Tendo ouvido a pergunta, Jesus disse: “Não são as pessoas com saúde que precisam de médico, mas as doentes» (Mt 9,12). A comparação é perfeita: «De fato, não é a justos que vim chamar, mas a pecadores» (Mt 9,13).
As palavras deste Evangelho são de atualidade. Jesus continua convidando a segui-lo, cada um segundo seu estado e profissão. E seguir Jesus, com frequência, supõe deixar paixões desordenadas, mau comportamento familiar, perda de tempo, para dedicar momentos à oração, ao banquete eucarístico, à pastoral missioneira. Em fim, que «um cristão não é dono de si mesmo, e sim que está entregue ao serviço de Deus» (Santo Inácio de Antioquia).
Com certeza, Jesus me pede uma mudança de vida e, assim, me pergunto: de que grupo formo parte, da pessoa perfeita ou da que se reconhece sinceramente defeituosa? É verdade que posso melhorar?