Uma equipe de 213 sacerdotes te comentam o Evangelho do dia
213 sacerdotes te comentam o Evangelho do dia
Meditando o Evangelho de hoje
Evangelho de hoje + homilía (de 300 palavras)
Quem poderá subir à montanha do Senhor? Quem habitará no seu santuário? O que tem as mãos inocentes e o coração puro, que não invocou o seu nome em vão nem jurou falso.
Este será abençoado pelo Senhor e recompensado por Deus, seu Salvador. Esta é a geração dos que O procuram, que procuram a face do Deus de Jacob.
Mas, no que lhe veio esse pensamento, apareceu-lhe em sonho um anjo do Senhor, que lhe disse: «José, Filho de Davi, não tenhas receio de receber Maria, tua esposa; o que nela foi gerado vem do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, e tu lhe porás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados». Tudo isso aconteceu para se cumprir o que o Senhor tinha dito pelo profeta: « Eis que a virgem ficará grávida e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que significa: ‘Deus-conosco’».Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor tinha mandado e acolheu sua esposa.
«Não tenhas receio de receber Maria por tua esposa»
Pe. Edson RODRIGUES (Pesqueira, Pernambuco, Brasil)Hoje, liturgia do Advento nos traz José que receberá de Deus uma missão: o Verbo de Deus, que irá nascer da virgem, ficará também aos seus cuidados paternos. «Eis que a virgem ficará grávida e dará à luz um filho» (Is 7,14), o profeta Isaías já o tinha anunciado cerca de 700 anos antes. Perplexo e movido pela incompreensão de tão grande mistério, José, temente a Deus e homem “justo e bom”, decide, em segredo, deixar Maria com seus pais. Ele encontra nas palavras do mensageiro as razões para desistir de sua decisão e aceitar o mistério e os planos de Deus: «Não tenhas medo de receber Maria por tua esposa!» (Mt 1,20). O Espírito Santo que, em Maria, gerou o Verbo encarnado, dá sentido e confirma o que o anjo disse a José que recebe a grande missão de dar nome e cuidar do menino-Deus gerado no seio virginal de jovem de Nazaré (cf. Mt 1,20-21).
São Bernardino de Sena diz que «quando a providência divina escolhe alguém para uma graça particular ou estado superior, também dá à pessoa assim escolhida todas os carismas necessários para o exercício de sua missão». E assim José, livre dos medos e temores, fez-se colaborador na obra da encanação, capacitado para assumir esta honrosa e desafiadora missão.
Hoje vivemos em meio a medos e inseguranças, em situações que, por vezes, nos desencorajam e nos levam a largar o barco, buscando na fuga as soluções para as difíceis realidades. Mas em meio à oração silenciosa e contemplativa, o Senhor também nos diz: «Não tenhais medo!» (cf. Mt 14,27), e nos encoraja para aceitar, confiantes e resolutos, os seus desígnios.
Em nossos dias, o Papa Leão XIV nos encoraja: «Deus ama a todos nós e o mal não prevalecerá. Estamos todos nas mãos de Deus e, sem medo, todos unidos à mão de Deus e uns aos outros, vamos em frente».
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Ele, que tinha tido o poder de tudo criar a partir do nada, negou-se a refazer o que tinha sido profanado se Maria não participasse» (Santo Anselmo)
«São José é o modelo do homem “justo” que, em perfeita sintonia com a sua esposa, acolhe o Filho de Deus feito homem com uma atitude de total disponibilidade à Vontade Divina» (Bento XVI)
«Deus enviou o seu Filho» (GI 4, 4). Mas, para Lhe «formar um corpo» quis a livre cooperação duma criatura. Para isso, desde toda a eternidade, Deus escolheu, para ser a Mãe do seu Filho, uma filha de Israel, uma jovem judia de Nazaré, na Galileia, «virgem que era noiva de um homem da casa de David, chamado José. O nome da virgem era Maria» (Lc1, 26-27) O Pai das misericórdias quis que a aceitação, por parte da que Ele predestinara para Mãe, precedesse a Encarnação, para que, assim como uma mulher contribuiu para a morte, também outra mulher contribuísse para a vida» (Catecismo da Igreja Católica, nº 488)
Outros comentários
«Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor tinha mandado»
Rev. D. Pere GRAU i Andreu (Les Planes, Barcelona, Espanha)Hoje a liturgia da Palavra convida-nos a considerar e a admirar a figura de são José, um homem verdadeiramente bom. De Maria, a Mãe de Deus se diz que era bendita entre todas as mulheres (cf. Lc 1,42). De José se escreveu que era justo (cf. Mt 1,19).
Todos devemos a Deus Pai Criador a nossa identidade individual como pessoas feitas à sua imagem e semelhança, com real liberdade e radical. Como a resposta a esta liberdade podemos dar glória a Deus, como se merece ou, também podemos fazer de nós mesmos, alguma coisa não agradável aos olhos de Deus.
Não duvidemos de que José, com o seu trabalho, com o seu compromisso familiar e social ganhou o “Coração” do Criador, consideremo-lo como homem de confiança na colaboração da Redenção humana por meio do seu Filho feito homem como nós.
Apreendemos, pois, de são José sua fidelidade —provada já desde o principio— e o seu bom comportamento durante o resto da sua vida, unida —intimamente—a Jesus e a Maria.
É padroeiro e intercessor para todos os pais, biológicos ou não, que neste mundo ajudaram a seus filhos a dar uma resposta semelhante à de ele. É o padroeiro da Igreja, como identidade ligada estreitamente ao seu Filho e, continuamos a ouvir as palavras de Maria quando encontra o Menino Jesus que se havia “perdido” no Templo: «O teu pai e eu...» (Lc 2,48).
Com Maria, nossa Mãe, encontramos a José como pai. Santa Teresa de Jesus deixou escrito: «Tomei por advogado e senhor ao glorioso são José e encomendei-me muito a ele (...). Não me lembro que lhe haja suplicado alguma coisa que a haja deixado de fazer».
Especialmente é pai para aqueles que tendo escutado a chamada do Senhor a ocupar, pelo ministério sacerdotal, o lugar que nos cede Jesus Cristo para o bem da Igreja. —São José glorioso: protege as nossas famílias, protege as nossas comunidades; protege a todos aqueles que ouviram a chamada à vocação sacerdotal... E que haja muitos.