Hoje damos graças à Divina Providência por sua bondade em resgatar a jovem Bakhita da mais abjeta escravidão e conduzi-la ao serviço amoroso de Deus. Josefina Bakhita foi sequestrada (tirada dos pais) quando ainda era criança. Até cinco vezes ela foi vendida e revendida em mercados de escravos, sofrendo todo tipo de humilhação e maus tratos.

O último "mestre" que ela teve, um membro do corpo consular italiano no Sudão, tratou-a com gentileza e cordialidade. Mas, na verdade, este não foi seu último "mestre". Na Itália —onde o diplomata teve que voltar— Josefina conheceu o verdadeiro “Dono”, o verdadeiro Senhor. Um Grande Senhor que se deixou maltratar na Cruz por defender a nossa liberdade! Ele é o Bom Esposo que nos resgatou do pior da escravidão: a orfandade de Deus, a distância de Deus.

Bakhita significa "sorte". De fato, tomando o nome de Josefina, em 1890 teve a sorte de receber o batismo e saber que era filha de Deus. Alguns anos depois, esta admirável virgem entregou-se ao seu Esposo através do Instituto Santa Madalena de Canossa (as Mães Canossianas). Ao encontrar Deus, o sofrimento vivido foi para Josefina uma escola de esperança, um óleo que avivou a chama da fé em Deus.

Pensemos no nosso caso: quanto me custou encontrar Deus? Que preço estou disposto a pagar para manter essa tocha acesa? Porque, não esqueçamos, o conforto —para não dizer o calor— instalado em nossas sociedades nos deixa sonolentos e... então chegamos tarde: "Vigiai, pois, porque não sabeis nem o dia nem a hora" (Mt 25, 13).