Uma equipe de 213 sacerdotes te comentam o Evangelho do dia
213 sacerdotes te comentam o Evangelho do dia
Meditando o Evangelho de hoje
Evangelho de hoje + homilía (de 300 palavras)
«Vós sois o sal da terra. Vós sois a luz do mundo»
Rev. D. Antoni CAROL i Hostench (Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)Hoje celebramos a memória de São Máximo, justamente chamado “o Confessor”. Sofreu muito — até perder a vida — pela sua heróica profissão de fé num ponto essencial: a controvérsia em torno da vontade humana de Jesus Cristo. Como explicou o Papa Bento XVI: «Tinha surgido a teoria do “monotelismo”, segundo a qual Cristo teria apenas uma vontade: a divina. Para defenderem a unidade da sua pessoa, negavam que Ele tivesse uma verdadeira vontade humana.»
Alguns, ao tentarem “resolver” um mistério — o da dupla natureza de Cristo —, acabaram por destruir o mistério. Mas Deus não nos confiou os seus mistérios para que os resolvêssemos como uma equação, mas sim para que os contemplássemos com fé. Máximo, desde jovem, dedicou-se à oração e ao estudo da Sagrada Escritura. Este é o caminho!
Com São Máximo, reagimos com firmeza: se Cristo não teve verdadeiramente vontade humana, que tipo de homem era Ele? Um homem assim “amputado” — sem vontade humana, no mais íntimo do seu ser — como poderia Ele solidarizar-Se comigo? Com a minha dor? E o que dizer então do que se passou no Getsémani? Terá sido uma encenação?
Getsémani! —Quantas vezes estiveste tu também aí, a velar com Cristo na sua agonia? De São Máximo chegaram até nós algumas meditações sobre a agonia de Jesus. Escutemos uma das suas afirmações: «Jesus, tornando-Se um de nós por amor, falava de forma humana quando dizia ao Pai: ‘Não se faça a minha vontade, mas a tua’. Aquele que era Deus por natureza, também tinha, enquanto homem, a vontade de que em tudo se cumprisse a vontade do Pai.» Aqui está o núcleo do nosso destino feliz: amar a vontade do nosso Pai e Senhor. Isto, sim, é verdadeira liberdade!
E, para nosso consolo, aí está Cristo — sem fingimentos: «Jesus, lutando, arrasta a natureza [humana] relutante para a sua verdadeira essência», escreveu Bento XVI. E qual é essa essência? É a liberdade dos filhos que amam a vontade do Pai eterno, a quem tudo devemos. Para curar a nossa liberdade ferida, Jesus suou sangue; São Máximo sofreu o exílio e a tortura. No entanto, a sua teologia foi confirmada pelo III Concílio de Constantinopla e ele foi venerado como santo pouco tempo depois da sua morte. Sal da terra e luz do mundo!
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«[Cristo, no Getsémani], revelou-se como aquele que deseja a nossa salvação segundo as duas naturezas que constituíam a sua Pessoa. Por um lado, consentia na nossa salvação juntamente com o Pai e o Espírito Santo. Por outro, “fez-se — para nossa salvação — obediente até à morte, e morte de cruz.”» (São Máximo o Confessor)
«São Máximo afirma com grande decisão: a Sagrada Escritura não nos mostra um homem incompleto, sem vontade, mas um homem verdadeiramente completo: em Jesus Cristo, Deus assumiu realmente a totalidade do ser humano obviamente, excepto o pecado e portanto também uma vontade humana» (Bento XVI)
«Constituído num estado de santidade, o homem estava destinado a ser plenamente “divinizado” por Deus na glória. Pela sedução do Diabo, quis “ser como Deus” (Cf. Gn 3, 5.), mas “sem Deus, em vez de Deus, e não segundo Deus”» (Catecismo da Igreja Católica, n. 398)