Hoje, comovemo-nos ao reler o testamento que o rei de França, S. Luís (1214-1270), escreveu a seu filho, sucessor no trono: «Filho amadíssimo, a primeira coisa que te quero ensinar é que ames o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração e com todas as tuas forças». Vemos, portanto, que o santo de hoje tinha a lição bem aprendida. Aquele conselho do rei coincidia precisamente com o «maior e primeiro mandamento» (cf. Mt 22,38). Mais ainda, «sem ele não há salvação possível», assegurava taxativamente a seu filho.

Luís, rei de França, é recordado como um monarca que se esforçou pela justiça e pela paz entre os cristãos, e também pelo seu amor aos pobres. Se é certo que se conhece um homem pela sua morte, há que recordar que os restos mortais deste rei santo começaram rapidamente a ser venerados pelos seus próprios súbditos, uma vez que o seu povo tinha um grande amor por ele. Então? e, como é isto? Porque… hoje em dia não é frequente que as pessoas sintam admiração e gratidão quanto às autoridades políticas. Aqui teremos de referir o imprescindível complemento do primeiro mandamento: em palavras de Jesus Cristo, «o segundo [mandamento] é semelhante a este: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’» (Mt 22,39).

Deitemos mais uma olhadela ao mencionado testamento: «Filho, para com os teus súbditos procede com toda a rectidão e justiça, sem te desviares nem para a direita nem para a esquerda; coloca-te sempre mais do lado do pobre do que do rico, até que descubras de que lado está a razão». Quiseram pôr Jesus à prova (cf. Mt 22,35) com a pergunta que lhe formulou aquele doutor da Lei. Pois aqui temos a “prova dos noves”! Sou semeador de justiça, paz e alegria? Os que me rodeiam gostam de estar comigo?

Não será demais recordar que S. Luís foi magistralmente educado na fé por sua mãe, a infanta Branca de Castela, e maravilhosamente acompanhado por sua mulher, Margarida de Provença, de quem teve 11 filhos.