Hoje celebramos São Carlo Acutis, conhecido como o “ciberapóstolo” da Eucaristia. Ele foi um jovem que compreendeu desde muito cedo que a verdadeira felicidade só se encontra em Deus. «Quem comer a minha carne e beber o meu sangue terá a vida eterna, e eu o ressuscitarei» (Jo 6,54): Carlo, com uma fé simples, mas profunda, descobriu na Eucaristia a sua “autoestrada para o céu”, como ele mesmo costumava dizer. Carlo não se contentava apenas em assistir à missa, mas adorava demoradamente Jesus sacramentado, convicto de que a fonte de toda a santidade brota do Sacrário.

Colocou a sua paixão pela tecnologia ao serviço do Evangelho (“sal da terra”), criando uma exposição digital sobre os milagres eucarísticos que continua a tocar corações pelo mundo fora. No entanto, o seu amor a Cristo não estava separado do seu amor à Virgem Maria. Todos os dias encontrava tempo para rezar o Rosário, convencido de que esta oração era o caminho mais seguro para chegar ao céu. Para ele, o Rosário era como um “GPS espiritual” que o guiava na amizade com Deus e lhe dava forças para viver a caridade no seu dia a dia. Carlo sabia que quem se confia à Mãe nunca fica desorientado.

Em sintonia com esta experiência, o Papa Leão XIV recordava-nos que o Rosário não é apenas uma devoção mariana, mas também um caminho profundamente cristológico, pois «condensa em si a profundidade de toda a mensagem evangélica». Este ensinamento ilumina a vida de Carlo, que não via no Rosário uma repetição mecânica, mas um verdadeiro encontro com Jesus através dos olhos e do coração da sua Mãe.

O testemunho de São Carlo Acutis é atual e desafiante: no meio da cultura digital, convida-nos a colocar a tecnologia ao serviço do bem, a redescobrir a centralidade da Eucaristia e a deixar-nos guiar por Maria no caminho da santidade: «Assim brilhe a vossa luz diante dos homens» (Mt 5,16).

Hoje celebramos o «santo da globalização»: Carlo Acutis. Muito se desconfia da «globalização», mas em si mesma ela é uma grande oportunidade para os cristãos. O primeiro verdadeiro «globalizador» foi Jesus Cristo: com o seu “mandatum novum” da caridade, com a missão apostólica universal e com a instituição perpétua da Eucaristia.

Vejamos o alcance do maior mandamento: «Amarás o teu próximo como a ti mesmo» (Mt 22,39). E o próximo é qualquer pessoa que está «perto» de mim, seja quem for, esteja onde estiver. Além disso, este mandamento — já conhecido no Antigo Testamento — foi redimensionado quando o Senhor nos deu a medida do amor: «Como Eu vos amei» (Jo 13,34).

Cristo também nos «envia» para sermos «sal da terra» e «luz do mundo»: «Ide por todo o mundo e proclamai o Evangelho a toda a criatura» (Mc 16,15). Os Apóstolos e os primeiros cristãos fizeram o que podiam no seu tempo: ao ritmo do caminhar, ao ritmo do cavalo ou ao ritmo do barco.

Vinte e um séculos depois, um apóstolo «millennial» — o nosso São Carlo Acutis — assumiu o mandato do Senhor com dois grandes meios: a internet e a Eucaristia. Na realidade, a própria Eucaristia é o «primeiro internet» da história. Sim, antes de se popularizar a internet, já existia a grande rede de amor que brota do Coração aberto de Cristo: a Eucaristia. Carlo era um apaixonado pela Eucaristia. E porque partilhava os anseios do Coração de Jesus, serviu-se da internet para difundir a devoção eucarística. Por isso, Carlo é conhecido como o «ciberapóstolo millennial».

Hoje, a Palavra de Deus corre à velocidade da luz. Nada menos do que isso! O Amor não tem limites, nem de espaço nem de tempo: é uma questão de horizontes, tão amplos como os do Coração de Cristo. Aliás, outra característica da velocidade do amor é o «primerear»: Santa Maria, logo que recebeu o anúncio, adiantou-se e foi à casa de Zacarias para auxiliar Santa Isabel. — Também tu podes «primerear», sempre com oração… e muitas vezes através da internet.