Hoje, o Senhor faz como um parêntese nas suas palavras de "ataque" aos que dizem e não fazem e fazem o contrário do que dizem. «Que as tuas obras sejam a assinatura das tuas palavras», dizia Sto. António, também franciscano e doutor como S. Boaventura.

«Não vos façais chamar "Rabi" (…); nem vos façais chamar "Mestre" (…)» (Mt 23,8.10): Jesus convida a fugir da vaidade e da soberba, para pôr a nossa meta no serviço ao irmão, com humildade, modéstia e simplicidade.

O Senhor não proíbe os títulos - que numa sociedade hierarquizada são necessários – mas o espírito de ambição e orgulho, que esses títulos podem causar. «Somos presidentes e servos (…), só presidimos bem se servirmos», dizia-nos S. Bernardo. E assim o soube fazer mesmo colocado nas mais altas dignidades, pois foi nomeado bispo e cardeal.

Nem "mestre", nem "pai", nem "director"…, títulos quase sinónimos que só se devem aplicar a Deus, e que Jesus sublinha nesta tripla sinonímia para que possamos trocá-los por "humilde", "irmão" e "servo".

Frente ao orgulho de ser tido por algo, Jesus diz-nos que sejamos algo pelo nosso servir, amar e, em tudo, imitá-lo e ser simples operários de Cristo, como nos diz S. Paulo (cf. 1Cor 4,1). Ele é o nosso único mestre e nós somo-lo por participação no servir. Jesus salienta-nos - e os santos recordam-nos - algo que não devemos esquecer: ser humildes, ser servos ao estilo de S. Boaventura…

Santa Maria é nossa mãe e, acima de tudo, Mãe de Deus. Pois bem, o seu primeiro título – nas suas próprias palavras – é ser «a escrava do Senhor» (Lc 1,38). Oxalá nós - seus filhos - a imitemos. Esse será um bom caminho para seguir o Mestre.