Uma equipe de 200 sacerdotes te comentam o Evangelho do dia
200 sacerdotes te comentam o Evangelho do dia
Meditando o Evangelho de hoje
Evangelho de hoje + homilía (de 300 palavras)
Vós bem sabeis, filipenses, que no início da pregação do Evangelho, quando saí da Macedónia, nenhuma Igreja abriu uma conta corrente a meu favor, senão vós. Já quando estava em Tessalónica, me enviastes por duas vezes o que me era necessário. Não é que eu procure dádivas; o que eu pro¬curo é que tireis delas muito fruto. Agora tenho tudo o que me é necessário; e até tenho de sobra. Fiquei bem provido, ao receber de Epafrodito o que me enviastes: é perfume de suave fragrância, sacrifício aceite, agradável a Deus. O meu Deus proverá com abundância a todas as vossas necessidades, segundo a sua riqueza e magnificência, em Cristo Jesus.
Ditoso o homem que se compadece e empresta e dispõe das suas coisas com justiça. Este jamais será abalado, o justo deixará memória eterna.
O seu coração é inabalável e nada teme, reparte com largueza pelos pobres; a sua generosidade permanece para sempre e pode levantar a sua fronte com dignidade.
Os fariseus, amigos do dinheiro, ouviam tudo isso e zombavam de Jesus. Então, ele lhes disse: «Vós gostais de parecer justos diante dos outros, mas Deus conhece vossos corações. Com efeito, o que as pessoas exaltam é detestável para Deus».
«Quem é fiel nas pequenas coisas será fiel também nas grandes»
Rev. D. Joaquim FORTUNY i Vizcarro (Cunit, Tarragona, Espanha)Hoje Jesus fala outra vez com autoridade: usa «Eu vos digo», que tem força peculiar, de doutrina nova. «Ele quer que todos sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade» (cf. Tim 2,4). Deus quer um povo santo e nos mostra as dicas necessárias para alcançar a santidade e possuir o verdadeiro: a fidelidade nas coisas pequenas, a autenticidade e lembrar que Deus conhece nossos corações.
A fidelidade está ao nosso alcance. Em geral nossos dias transcorrem no que chamamos de normalidade: o mesmo trabalho, as mesmas pessoas, algumas práticas de piedade, a mesma família. Nessas realidades ordinárias devemos crescer como pessoas e em santidade. «Quem é fiel nas pequenas coisas será fiel também nas grandes» (Lc 16,10). É preciso fazer bem as coisas, com boa intenção, com desejo de agradar a Deus, nosso Pai; fazer as coisas com amor, tem muito valor e prepara nos para receber o verdadeiro. São Josemaria expressava: «Viste como ergueram aquele edifício de grandeza imponente? - Um tijolo, e outro. Milhares. Mas um a um. - E sacos de cimento, um a um. E blocos de pedra, que pouco representam na mole do conjunto. - E pedaços de ferro. - E operários que trabalham, dia a dia, as mesmas horas. . . Viste como levantaram aquele edifício de grandeza imponente?... À força de pequenas coisas!»
Examinar nossa consciência cada noite, nos ajudará a viver com retitude de intenção e não esquecer que Deus vê tudo, até os pensamentos mais ocultos, como temos aprendido no catecismo, e que o importante é agradar em todo momento a Deus, nosso Pai, a quem servimos com amor, sabendo que «Ninguém pode servir a dois senhores. Pois vai odiar a um e amar o outro, ou se apegar a um e desprezar o outro» (Lc 16,13). Nunca o esqueçamos: «Só Deus é Deus» (Bento XVI).
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Faz muito caso das coisas pequenas» (São Pedro Poveda)
«Como toda técnica, o dinheiro não tem um valor neutro, mas que adquire valor segundo a finalidade e as circunstâncias em que se usa» (Francisco)
«Uma teoria que faca do lucro a regra exclusiva e o fim último da atividade económica, é moralmente inaceitável. O apetite desordenado do dinheiro não deixa de produzir os seus efeitos perversos e é uma das causas dos numerosos conflitos que perturbam a ordem social. Um sistema que “sacrifique os direitos fundamentais das pessoas e dos grupos à organização coletiva da produção”, é contrário à dignidade humana. Toda a prática que reduza as pessoas a não serem mais que simples meios com vista ao lucro, escraviza o homem, conduz à idolatria do dinheiro» (Catecismo da Igreja Católica, n° 2.424)
Outros comentários
«Eu vos digo: usai o Dinheiro, embora iníquo, para fazer amigos»
Rev. D. Antoni CAROL i Hostench (Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)Hoje, rodeados como estamos de um ambiente consumista, Jesus volta a acariciar a nossa consciência para nos persuadir das falsas felicidades. E, não o faz carregando-nos com proibições, porque o caminho da santidade é —primeiro que nada— um convite à felicidade: «Se queres entrar na vida…» (Mt 19,17). O Senhor nos anima a trabalhar, a gerir o "dinheiro" deste mundo com retidão de intenção e afã de serviço.
Somos chamados ao mais alto (à caridade) tratando das coisas da terra em um sentido construtivo. O Criador mandou “dominar a terra”, mas não de qualquer jeito nem a qualquer preço, pois, também, nos pediu, “nos multiplicar” e “encher” a terra (cf. Gen 1,28). Só o amor (o dar-se aos demais) é a verdadeira medida dessa plenitude que Deus nos pede já nesta vida.
Com a expressão «dinheiro injusto» (Lc 16,9) Jesus Cristo se refere as coisas da terra que em si mesmas, sem ser más, não nos fazem justos nem nos preparam para a felicidade eterna. O Mestre nos convida a amar aos demais («fazer amigos») não só através da oração, senão também no dia a dia, com um reto e servicial manejo dos bens terrenais.
A eternidade é longa demais aos “entretenimentos”: quem se diverte neste mundo, sofrerá de tédio na eternidade. Porém, o amor — que sempre aspira a crescer — goza na eternidade. Por isso, devemos de evitar o “encolhimento do coração” ocasionado pelo divertimento com o dinheiro “injusto”.
Hoje como antanho, não faltam pessoas que ouvindo essas coisas seguem se burlando de Jesus (cf. Lc 16,14). Assim, ao Vicário de Cristo o tacham de intransigente, ao mesmo tempo em que se riem dos católicos vendo-nos como ingênuos manipulados por um “ditador”. O serviço do Sucessor de Pedro é uma caricia a nossa consciência para nos defender da ditadura do "führer" de plantão: Chame-se "relativismo”, ou “politicamente correto”... «De Newman aprendemos a compreender o primado do Papa: 'A defesa da lei moral e da consciência é sua ração de ser'» (Bento XVI).