Uma equipe de 200 sacerdotes te comentam o Evangelho do dia
200 sacerdotes te comentam o Evangelho do dia
Meditando o Evangelho de hoje
Evangelho de hoje + homilía (de 300 palavras)
«Não chores!»
Rev. D. Antoni CAROL i Hostench (Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)Hoje, também nós gostaríamos de enxugar todas as lágrimas deste mundo: «Não chores» (Lc 7,13). Os meios de comunicação mostram-nos - hoje mais do que nunca - as dores da humanidade. São tantas! Se pudéssemos, diríamos a tantos homens e mulheres: «levanta-te» (Lc 7,14). Mas…, não podemos, não podemos, Senhor! Sai-nos da alma dizer: - Olha, Jesus, que nos vemos vencidos pela dor. Ajuda-nos!
Diante desta sensação de impotência, procuremos reagir com sentido sobrenatural e com sentido comum. Sentido sobrenatural, em primeiro lugar, para nos pormos imediatamente nas mãos de Deus: não estamos sós, «Deus visitou o seu povo» (Lc 7,16). A impotência é nossa, não d’Ele. A pior de todas as tragédias é a moderna pretensão de edificar um mundo sem Deus e, inclusive, de costas voltadas para Deus. Claro que é possível edificar “algo” sem Deus, mas a história tem-nos mostrado abundantemente que este “algo” é frequentemente desumano. Aprendamos de uma vez por todas: «Sem mim não podeis fazer nada» (Jo 15,5).
Em segundo lugar, sentido comum: a dor, não a podemos eliminar. Todas as “revoluções” que nos têm prometido um paraíso nesta vida, acabaram semeando a morte. E mesmo no hipotético caso (um impossível!) de que algum dia se pudesse eliminar toda a dor, não deixaríamos de ser mortais... (certamente, uma dor a que só Cristo-Deus deu uma verdadeira resposta).
O espírito cristão é “realista” (não esconde a dor) e, ao mesmo tempo, “optimista”: podemos “gerir” a dor. Mais ainda: a dor é uma oportunidade para manifestar amor e para crescer no amor. Jesus Cristo – o “Deus próximo” percorreu este caminho. Em palavras do Papa Francisco, “comover-se (“mover-se com”), compadecer-se (“padecer com”) do que está caído, são atitudes de quem sabe reconhecer no outro a sua própria imagem [de fragilidade]. As feridas que cura no irmão são unguento para as suas próprias. A compaixão converte-se em comunhão, em ponte que aproxima e estreita laços”.