Hoje, neste Evangelho correspondente à festa de são Felipe Neri, Jesus pede ao Pai o dom da unidade para seus seguidores: «Como tu, Pai, no meu eu em ti, que eles também sejam um em nós» (Jn 17,21). Esta unidade dos crentes pela qual Jesus reza não é simplesmente uma espécie de comunhão ou amizade entre eles, senão uma unidade que é o reflexo da unidade das Três Divinas Pessoas: «Que eles sejam um, assim como nós somos um».

Mas, é possível esta unidade? Podemos ser como o Padre e o Filho que são um só? Sim, pois de outro modo Jesus não teria rezado por esta intenção. Isso é possível porque o mesmo Espírito Santo, que “faz” com que o Pai e o Filho sejam um, nos é dado para criar nossa unidade. São Paulo diz que cada um de nós que foi batizado também tem sido revestido de Cristo (cf. Gal 3,27). O Espírito faz cair todas as barreiras que existem entre nós: barreiras de nacionalidade, raça, cultura, língua, status, possessões… Quando isto ocorre, o mundo —surpreso por este milagre— proclama (como na primitiva Igreja), «Olhai como se amam uns aos outros» e crerão em Jesus Cristo.

São Felipe Neri recebeu no seu coração este amor de Cristo e comunicou a cada um com os que se encontrou: aos doentes nos hospitais, às pessoas com quem se que se encontrou nas ruas, nos comércios e nos lugares de trabalho... Diariamente, uma média de 40 trabalhadores foram ao seu encontro para se confessar enquanto iam de caminho ao seu trabalho, antes do amanhecer. Vários cardeais, bispos e sacerdotes e incontáveis leigos foram regularmente seus penitentes. Seu coração estava sempre cheio da alegria de Cristo e a comunicou especialmente aos jovens, para os quais organizou jogos: «Alegrem-se no Senhor, lhes repito, estejam alegres» (Fil 4,4). Seguindo o exemplo de são Felipe Neri, vamos nos decidir a levar este amor a todos com os que nos encontremos ao longo do caminho.