Hoje festejamos a figura do Papa S. Pio X. O Evangelho recorda-nos a pedagogia de Jesus no chamamento de S. Pedro como primeiro Papa: uma vez que O tinha negado três vezes, levou-o a fazer também uma tripla confissão de amor: «Sim, Senhor, tu sabes que te amo» (Jo 21,15). Jesus propôs-lhe três vezes a mesma missão: «Apascenta as minhas ovelhas» (cf. Jo 21,15.16.17).

É esta a tarefa de um pastor, de um Papa, de Pio X. Um pastor tem de “apascentar”: dar de comer e beber às ovelhas em boas pastagens. E que comida e que bebida há melhores que a Eucaristia? Por isso chamam a Pio X o “Papa da Eucaristia”, porque encorajou a Comunhão frequente e diária, coisa desconhecida no princípio do séc. XX, e também exortou a que as crianças, a partir dos seis ou sete anos, recebessem a Primeira Comunhão, se soubessem discernir o que há na Eucaristia.

Curiosamente, Pio X tem algumas características parecidas com o papa Francisco, a uns cem anos de distância. Em primeiro lugar, o amor a S. Francisco de Assis, como bom terciário franciscano que era. Outra semelhança: Pio X abriu o refeitório papal a amigos e conhecidos para que comessem com ele, com o consequente escândalo de muitos. Com o papa Francisco isso agora já é o pão nosso de cada dia, e nunca mais bem dito! Também, como o papa Francisco, Pio X abriu no Vaticano um espaço para que pessoas refugiadas e sem lar encontrassem aí um abrigo durante o terramoto de 1908. Este espaço é actualmente o Hospicio de Santa Marta. Finalmente, Pio X partilha com o papa Francisco o amor aos pobres e à pobreza, de tal modo que deixou escrito no seu testamento: «Nasci pobre, vivi na pobreza e desejo morrer pobre».