Uma equipe de 213 sacerdotes te comentam o Evangelho do dia
213 sacerdotes te comentam o Evangelho do dia
Meditando o Evangelho de hoje
Evangelho de hoje + homilía (de 300 palavras)
»Depois de muito tempo, o senhor voltou e foi ajustar contas com os servos. Aquele que havia recebido cinco talentos entregou-lhe mais cinco, dizendo: ‘Senhor, tu me entregaste cinco talentos. Aqui estão mais cinco que lucrei’. O senhor lhe disse: ‘Parabéns, servo bom e fiel! Como te mostraste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da alegria do teu senhor!’. Chegou também o que havia recebido dois talentos e disse: ‘Senhor, tu me entregaste dois talentos. Aqui estão mais dois que lucrei’. O senhor lhe disse: ‘Parabéns, servo bom e fiel! Como te mostraste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da alegria do teu senhor!’.
»Por fim, chegou aquele que havia recebido um só talento, e disse: ‘Senhor, sei que és um homem severo, pois colhes onde não plantaste e ajuntas onde não semeaste. Por isso fiquei com medo e escondi o teu talento no chão. Aqui tens o que te pertence’. O senhor lhe respondeu: ‘Servo mau e preguiçoso! Sabias que eu colho onde não plantei e que ajunto onde não semeei. Então devias ter depositado meu dinheiro no banco, para que, ao voltar, eu recebesse com juros o que me pertence’. Em seguida, o senhor ordenou: ‘Tirai dele o talento e dai àquele que tem dez! Pois a todo aquele que tem será dado mais, e terá em abundância, mas daquele que não tem, até o que tem lhe será tirado. E quanto a este servo inútil, lançai-o fora, nas trevas. Ali haverá choro e ranger de dentes!’».
«Chamou os seus servos e lhes confiou os seus bens: a um, cinco talentos, a outro, dois e ao terceiro, um»
Rev. D. Antoni CAROL i Hostench (Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)Hoje, Senhor, «pela intercessão de São João Damasceno, pedimos-Te que a verdadeira fé, que ele tão sabiamente ensinou, seja sempre a nossa luz e a nossa fortaleza» (oração coleta). Passados mais de doze séculos, a luz transmitida por este grande santo continua surpreendentemente atual. Certamente todos concordaríamos em situar João no grupo dos que receberam os “cinco talentos” (cf. Mt 25,15), pois acolheu e fez frutificar tudo quanto o Senhor lhe confiou no seu tempo.
Este grande Padre da Igreja do Oriente foi, antes de mais, «uma testemunha da passagem da cultura grega e síria para a cultura do islão, que se foi impondo através das suas conquistas militares» (Bento XVI). Oriundo de uma família cristã abastada, João exerceu, na juventude, funções de administrador financeiro no califado omíada. Mas não tardou a renunciar a esse cargo, distribuiu os seus bens pelos pobres e entrou no mosteiro de São Sabas, junto a Jerusalém, onde se dedicou ao estudo e à escrita.
São João Damasceno ensina-nos, antes de tudo, a reconhecer a beleza da criação como um dom extraordinário — um verdadeiro tesouro de talentos! Ele próprio escreveu: «Deus, que é bom e superior a toda a bondade, não Se contentou em contemplar-Se a Si mesmo, mas quis que houvesse seres capazes de participar da Sua bondade. Assim apareceu no horizonte da história o vasto oceano do amor de Deus pelo homem.»
E, num excesso de amor, «o Filho de Deus, permanecendo na forma de Deus, desceu dos céus e abaixou-Se até aos Seus servos, realizando a novidade mais absoluta de todas, a única coisa verdadeiramente nova debaixo do sol.» Com a Encarnação, a própria “matéria” é divinizada e torna-se morada de Deus. A nossa fé começa no assombro: o assombro diante da criação, o assombro diante da beleza de um Deus que Se torna visível!
Por isso a fé cristã — ao contrário da judaica e da muçulmana — pôde inspirar a sua piedade nas imagens, não apenas de Jesus Cristo, mas também dos santos. Para São João Damasceno, «as imagens são o catecismo dos que não sabem ler.»